Costão Rochoso é o nome dado ao ambiente costeiro formado por rochas entre os meios terrestre e aquático. É considerado mais uma extensão do meio marinho que do meio terrestre, uma vez que a grande maioria dos organismos que podemos encontrar nos costões está relacionada ao ambiente marinho.
Podemos encontrar costões rochosos por toda a costa brasileira. Seu limite de ocorrência vai de Torres (RS) até a Baía de São Marcos (MA), a maior concentração desta formação está na região Sudeste, onde a costa é bastante recortada.
O costão rochoso pode ser moldado e modificado por diferentes aspectos: físicos, químicos e/ou biológicos. A erosão por batimentos de ondas, ventos e chuvas é o principal aspecto físico além da variação de temperatura. Os fatores químicos dependem do tipo de rocha que forma o costão, uma vez que minerais, como o ferro, reagem quimicamente com água. Como fatores biológicos, o desgaste das rochas pode ser causado por organismos como ouriços, esponjas e moluscos.
Esse ecossistema pode ser muito complexo, e, quanto maior a complexidade, maior a diversidade de organismos em um determinado ambiente. Existem basicamente dois diferentes tipos de costão:
Costão exposto: É o tipo de costão que sofre mais os impactos das ondas. A diversidade é menor que a dos costões menos expostos às ondas. Com a intensidade das ondas e seu batimento nas pedras dificulta a fixação de organismos mais frágeis nos costões.
Costão protegido: É o tipo de costão em locais onde o embate das ondas é suave. Apresenta uma grande diversidade de espécies associadas. O fato de sofrer menos o impacto das ondas, ajuda a fixação de organismos.
De uma forma geral, os costões rochosos apresentam uma rica e complexa comunidade. O substrato favorece a fixação de larvas de invertebrados, principalmente de espécies que vivem fixas (animais sésseis).
A ocupação no costão rochoso ocorre de acordo com o estabelecimento das espécies, em faixas bem definidas, e vão de acordo com as adaptações de cada organismo aos fatores ambientais ( abióticos e bióticos).
Esta ocupação é conhecida como zonação. Existem difernetes metodologias para estabelecer os limites entre uma zona e outra, mas de forma geral podem ser divididos em 3:
1. Onde vivem organismos que ficam acima da maré alta, numa zona de transição entre a terra firme e o mar = SUPRALITORAL. Podem ser encontrados crustáceos e alguns moluscos gastrópodes.
2. Local em que vivem organismos entre as faixas de marés, ficnado parcialmente cobertos e descobertos diariamente = MESOLITORAL. Como as cracas, que são crustáceos fixos, moluscos gastrópodes e bivalves como mexilhões e alguns crustáceos, como caranguejos.
3. Região sempre coberta pela água, onde vivem organismos abaixo da linha da maré baixa, ou raramente descobertos = INFRALITORAL. Ex: Algas, equinodermos, poríferos (esponjas), crustáceos, moluscos (entre eles, o polvo), peixes e etc.